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Quando um Serviço de Acolhimento Institucional fecha suas portas

Quando um Serviço de Acolhimento Institucional fecha suas portas

Ao longo dos anos temos acompanhado um número importante de serviços de acolhimento institucional sofrendo significativas transformações no que diz respeito ao seu funcionamento. E recentemente tem se somado a este cenário, de maneira mais expressiva, organizações que vem optando pelo encerramento definitivo de suas atividades de cuidados a crianças e adolescentes separados de suas famílias.

"Adoção" é o tema de novo projeto que conta com a colaboração do IFH

"Adoção" é o tema de novo projeto que conta com a colaboração do IFH

O projeto "Adoção: Início dos novos vínculos" é um programa de intervenção e pesquisa, idealizado através de uma colaboração entre o Núcleo de Pesquisa e Intervenção em Famílias com Bebês e Crianças (NUFABE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e o Instituto Fazendo História.

Trabalho voluntário em serviços de acolhimento: mais ajuda quem transforma

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Trabalho voluntário em serviços de acolhimento: mais ajuda quem transforma

O serviço de acolhimento deve ser um espaço no qual as crianças e os adolescentes se sintam protegidos, cuidados, acolhidos e criem vínculos de confiança que favoreçam o seu desenvolvimento integral e a construção de autonomia nesse período de transição. Estabilidade e tempo de convivência são indispensáveis para que se criem os tão necessários vínculos afetivos.

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Pessoas da comunidade devem ser envolvidas nos cuidados das crianças e adolescentes a partir da parceria com a equipe do serviço de acolhimento em benefício da criança ou do adolescente: em favor de seu crescimento pessoal e do fortalecimento de sua identidade.

Veja abaixo alguns pontos importantes que devem ser considerados para a atividade voluntária qualificada dentro dos serviços de acolhimento:

             - Conhecer a realidade: antes de começar o trabalho, o voluntário precisa conhecer a complexidade e delicadeza do serviço de acolhimento, entender sua função, como funciona e estar ciente de qual será sua contribuição neste cenário.

             - Adoção: o envolvimento a partir de um trabalho voluntário em um serviço de acolhimento não facilita processos de adoção. Se esse for seu interesse, vá até a Vara da Infância e Juventude mais próxima a sua casa e informe-se sobre o processo para entrar no Cadastro Nacional de Adoção.

             - Comprometimento: o voluntário tem um compromisso com o serviço e com as crianças e adolescentes; não pode jamais sumir ou abandonar o trabalho no meio sem considerar os vínculos estabelecidos. O voluntário só deve se comprometer com aquilo que é capaz de cumprir.

             - Formação e supervisão: é preciso ter clareza de que para realizar um trabalho voluntário é necessário planejar considerando e contemplando tudo o que a entrada no serviço pode reverberar. Profissionais da área devem apoiar a ação do início ao fim.

             - Consciência de seu papel: deve-se levar em consideração que o serviço de acolhimento é a casa das crianças e adolescentes e o voluntário é como uma visita. Portanto, não se deve aparecer em qualquer momento do dia sem prévio combinado, nem entrar nos quartos ou cozinha sem um convite.

             - Horários: o voluntário deve cumprir o horário estabelecido, pois assim como em qualquer casa, há uma organização a ser seguida. Mudar de horário sem avisar atrapalha a rotina.

             - O que gera transformação: Para que o trabalho renda efeitos positivos, este deve ser constante e não pontual; o tempo do trabalho é essencial para criar um vínculo estável e de confiança com as crianças e adolescentes.

             - Cuidado com o que fala: o voluntário deve evitar o levantamento de falsas expectativas com as crianças e adolescentes. Ao optar por uma aproximação afetiva com eles, deve agir à altura de seu papel e importância em suas vidas, não repetindo histórias de rupturas.

              - Ações pontuais em datas comemorativas: nessas datas, é comum chegar ao serviço uma quantidade excessiva de presentes e chocolates, muitas vezes produzindo um desafio para o serviço, que precisa realizar um processo de distribuição de tudo, cuidando para que as crianças e adolescentes se sintam protagonistas e não rotulados no lugar de carentes; para que entendam que também têm coisas a oferecer e não apenas receber. É importante que a condição do acolhimento não faça com que as crianças e adolescentes fiquem somente no papel daquele que necessita, a quem tudo falta. Eles podem e devem ser convocadas a oferecer ao mundo aquilo que têm como potência.

              - Doação de coisas usadas: itens que não são mais úteis para você podem ser muito bem aproveitados pelos serviços, se em bom estado. Brinquedos quebrados, roupas rasgadas e livros mofados não são apropriados para ninguém. Coisas assim acabam dando um ar de descuido para o lugar ou criam mais trabalho para o serviço, que precisa encontrar meios de se desfazer destes adequadamente.

              - Festa com voluntários pontuais: se na nossa casa, mesmo para quem é festeiro, a entrada de pessoas estranhas sempre traz um incômodo, por que ali seria diferente? Você já foi numa festa que não conhecia ninguém? Pode até sorrir mas, convenhamos, é difícil curtir de verdade. Agora pense em um monte de festas. É claro que as crianças e adolescentes gostam de se divertir mas, vejamos, o que eles precisam não é de palhaços e pirulitos junto a desconhecidos. Uma criança que vive na rua gosta de receber o trocado do farol mas sabemos que isso mantém a ordem equivocada e não promove as mudanças necessárias. Nos serviços de acolhimento é a mesma coisa: a criança ou adolescente pode até gostar de ganhar presentes de estranhos e de festas cheias de atrativos, mas isso a mantém no papel de carente. É preciso assumi-los como potentes e oferecer oportunidades para que brilhem.

                Aos interessados em se envolver com as crianças e adolescentes acolhidos, sugerimos que participem de um de nossos projetos como voluntário. Caso não possa assumir um compromisso de longo prazo, procure organizações que oferecem oportunidades de trabalho voluntário qualificado.

 

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Apadrinhamento Afetivo inicia formação de mais 30 padrinhos e madrinhas

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Apadrinhamento Afetivo inicia formação de mais 30 padrinhos e madrinhas

O Instituto Fazendo História iniciou esse semestre a 2a edição do programa Apadrinhamento Afetivo. Até o final do ano, teremos novos padrinhos e madrinhas convivendo com mais de 30 crianças e adolescentes!

Os voluntários estão participando ativamente do processo de formação com a equipe do Instituto. São encontros realizados por meio de dinâmicas, conversas, filmes, histórias, experiências lúdicas e trocas. Além desses, temos 3 encontros de contato e interação com as crianças e adolescentes. Estão todos muito animados e empenhados.

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O padrinho ou madrinha, constrói e mantém um vínculo afetivo, saudável e duradouro com a criança ou adolescente, permeado pelo carinho e pelo cuidado que contribuem com seu desenvolvimento integral e construção de autonomia. 

“Estar nessa formação me fez aprender que o amor e o afeto constroem pontes e, sendo padrinho afetivo, eu pretendo me tornar uma pessoa melhor”, comentou Almiro Nunes, padrinho em processo de formação.

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Crianças e adolescentes e seus padrinhos comemoram os vínculos construídos no programa de Apadrinhamento Afetivo

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Crianças e adolescentes e seus padrinhos comemoram os vínculos construídos no programa de Apadrinhamento Afetivo

O programa de Apadrinhamento Afetivo comemora suas primeiras conquistas! Buscando proporcionar a construção e manutenção de vínculos afetivos individualizados e duradouros para crianças e adolescentes com previsão de longa permanência em acolhimento institucional, o Instituto Fazendo História deu início ao programa em 2015, em parceria com a Vara Central da Infância e da Juventude e três serviços de acolhimento participantes e com financiamento da empresa Harley Davidson.

(Foto: Renan Paciulo)

(Foto: Renan Paciulo)

O Instituto Fazendo História realizou a qualificação e seleção dos padrinhos e madrinhas e a preparação das crianças e adolescentes participantes. A convivência entre adultos e crianças acontece desde o final de 2015, inicialmente em grupos e dentro do espaço do abrigo. Uma vez que os núcleos de apadrinhamento foram estabelecidos, a convivência passou a ser individualizada e a acontecer também fora do abrigo. Relações de afeto, respeito e amizade foram pouco a pouco sendo construídas. Depois de toda esta primeira etapa, nada mais justo que uma festa para comemorar o apadrinhamento e os diferentes encontros que o projeto proporcionou!

A comemoração aconteceu no dia 27 de fevereiro de 2016 e reuniu 24 padrinhos e madrinhas, 19 afilhados e afilhadas, além das equipes técnicas dos serviços de acolhimento, representantes da Vara Central da Infância e da Juventude e a equipe do projeto. Foi uma manhã deliciosa na praça Victor Civita, cheia de brincadeiras, livros e lanchinhos. Houve também um pequeno sarau em que cada núcleo fez uma apresentação: de dança, música, mímica, leitura de poesia... Como símbolo da forte relação que está sendo construída entre padrinhos, madrinhas e as crianças e adolescentes, um relicário com a foto do núcleo foi oferecido a cada participante do projeto. Um momento emocionante, que ficará guardado na memória de todos!

E o projeto não para por aí! Os vínculos seguem sendo construídos, bem como as possibilidades de novos e surpreendentes encontros no Apadrinhamento Afetivo!

 

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