Olá, meu nome é Fábia e sou madrinha da Bruna* há quase 3 anos.
Começo o depoimento lembrando que nunca tinha tido contato com serviços de acolhimento quando me interessei pela ideia do apadrinhamento por meio de uma matéria no jornal Folha de São Paulo. Conhecendo o contexto e a equipe do Instituto Fazendo História me senti atraída pelo projeto piloto desde a primeira apresentação. E até hoje continuo encantada não só pelo programa, que deixou de ser piloto, mas por tudo que ele envolve.
O processo foi muito interessante porque ao longo do preparo de capacitação e das supervisões fui me tornando madrinha de fato. O que quero dizer é que eu estava com disponibilidade para ser madrinha, mas o aprendizado que acontecia com a equipe e o tempo da minha afilhada pra me reconhecer como tal foram fundamentais.
A relação com minha afilhada não teve aquela conexão a primeira vista nem foi mil maravilhas desde o início. Nossa relação foi sendo construída ao longo dos encontros, das idas e vindas de nossas vidas com muita paciência, carinho, apoio dos demais padrinhos e inspiração da equipe do IFH. Essa rede de pessoas comprometidas com o desenvolvimento das crianças e adolescentes foi e continua sendo de uma força contagiante.
Objetivamente, a experiência do apadrinhamento envolve acompanhar o crescimento da minha afilhada, em que procuro contribuir para sua autonomia, tendo em vista que em poucos anos ela não estará mais sob os cuidados do serviço de acolhimento do Estado. Junto com isso, a experiência do apadrinhamento envolve um pacote de emoções que são verdadeiros presentes. Conheci várias músicas apresentadas por minha afilhada. Conheci crianças, adolescentes e padrinhos adoráveis. E o mais curioso, conheci algo de mim mesma: um espaço na minha vida onde sempre é possível caber mais gente, mais estórias, mais alegria e mais afeto.
*nome fictício