Fazendo História debate acolhimento familiar em seminário no Panamá

Fazendo História debate acolhimento familiar em seminário no Panamá

O Instituto Fazendo História participou recentemente de um seminário que debateu o Acolhimento Familiar e seus desafios nos países da América Latina e Caribe.

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Realizado na Cidade do Panamá pela Relaf (Rede Latinoamericana de Acolhimento Familiar) o seminário recebeu profissionais da Argentina, México, Peru, Chile, Costa Rica, Guatemala, Cuba, Venezuela, Uruguai, Equador e do próprio Panamá que, em três dias de conversas e exposições, trocaram muitas experiências.

Isabel Penteado, coordenadora geral do Instituto, disse que todos os países estão passando por um processo de desinstitucionalização, que reintegra crianças e adolescentes às suas famílias de origem ou encaminham ao acolhimento familiar. “Na maior parte desses países entende-se o encaminhamento para família extensa como acolhimento familiar e trabalham com esses familiares também a partir de formações e acompanhamento sistemático, diferente da forma como essa política esta organizada no Brasil”, conta.

Apesar de cada país ainda estar em um estágio diferente na organização do acolhimento familiar, todos apresentam resultados importantes na diminuição do número de crianças e adolescentes nas instituições e na garantia do direito a convivência familiar e comunitária. A Relaf e a Unicef são grandes impulsoras desse movimento de desinstitucionalização, que começa pelas articulações com governos e passa pela conscientização das organizações e comunidades locais.

No Brasil, por exemplo, grande parte das crianças e adolescentes em situação de acolhimento está em serviços de acolhimento institucionais e uma pequena porcentagem em famílias acolhedoras. Por outro lado, os serviços de acolhimento institucionais têm regras bastante claras para que funcionem, como o número máximo de crianças e adolescentes, mistura de gênero e idades e diferentes profissionais compondo sua equipe profissional. São poucos aqueles que estão muito fora desses padrões, mas sabemos que ainda há muito a caminhar para melhorar a realidade.  

Apesar de visíveis as diferenças, o que se viu no Seminário foram muitas reflexões sobre o melhor interesse das crianças e adolescentes e a construção e fortalecimento de ações para garantir o cumprimento do direito de todas elas à vida familiar e comunitária.

Carta às famílias adotivas

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Carta às famílias adotivas

Foi com surpresa e pesar que lemos os posts de algumas famílias relatando incomodo e dizendo terem se sentido desrespeitadas com nossa carta à revista Veja sobre a reportagem: “As novas vidas da cracolândia: os pais que adotaram crianças abandonadas por mães viciadas em crack”. Isto porque a nossa intenção não foi, em hipótese alguma, desvalorizar a família adotiva em relação à família biológica. Pelo contrário. Quando dissemos que as famílias adotivas “não estão fazendo um favor a ninguém, estão apenas realizando o seu sonho de ser pais e mães” é porque entendemos que, assim como no caso de quem tem filhos biológicos, quem adota está motivado pelo projeto de construir uma família e não de fazer uma caridade. Quisemos, portanto, colocar famílias biológicas e adotivas no mesmo patamar de afeto e legitimidade. 

Aliás, se como organização fazemos algumas ressalvas à adoção é apenas em situações como estas, nas quais está presente a crença de que adotar é um ato caridoso. Filhos adotivos ou biológicos podem apresentar problemas de comportamento, por exemplo, e quando a adoção é vista como a salvação de uma criança, os problemas que ela vier a apresentar podem ser entendidos como um fracasso desse projeto, o que por vezes culmina na trágica situação que é a devolução de uma criança. 

Nos preocupamos também quando o encaminhamento para adoção ocorre sem que seja realizada a devida avaliação da família nuclear ou extensa, como determina a lei, ou quando a passagem da criança do serviço de acolhimento para a família adotiva não é feita de forma cuidadosa, respeitando os laços construídos até aquele momento. 

É importante frisar que APOIAMOS a adoção e sabemos de sua importância tanto para os pais que adotam como para as crianças e adolescentes que são adotadas. No nosso projeto “Histórias cruzadas”, trabalhamos mitos e fantasmas que acompanham as adoções e tecemos, junto às famílias que nos procuram, uma narrativa que contemple de forma singular este cruzamento que se dá entre a história da família adotiva e a história vivida pelo bebê, criança ou adolescente até o momento da adoção.

Não desconsideramos também as dificuldades enfrentadas em adoções tardias. Apenas entendemos que aqueles que as realizam são pessoas corajosas, que não temem o enfrentamento de situações desafiadoras que possam acompanhar sua realização. E também não a vemos como caridosas, pois do nosso ponto de vista, essa concepção pode dificultar a constituição de um laço afetivo entre pais e filhos, a partir do qual pode haver gratidão mútua, mas não dívidas simbólicas de nenhuma das partes. Em nosso trabalho com famílias adotivas, percebemos suas necessidades em serem vistas como famílias como qualquer outra e não como aquelas que têm a generosidade de criar o filho biológico de outro alguém. 

Se houve crítica ou certa ironia de nossa parte foi em relação à abordagem que a reportagem deu a essas adoções e ao desrespeito com o qual as mães biológicas foram tratadas, DE MODO ALGUM em relação às famílias adotivas. Ainda assim, lamentamos muitíssimo ter passado essa impressão e deixamos aqui nosso sincero pedido de desculpa às famílias que se sentiram desrespeitadas. Celebramos sempre que uma nova família se constitui através de laços de amor e respeito, independente de relação consanguínea. Não seria diferente com vocês. 

Equipe técnica do Instituto Fazendo História

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Carta de resposta à reportagem da Revista Veja São Paulo:  "Os pais que adotaram crianças abandonadas por mães viciadas em crack"

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Carta de resposta à reportagem da Revista Veja São Paulo: "Os pais que adotaram crianças abandonadas por mães viciadas em crack"

Após a veiculação da reportagem da revista Veja São Paulo em 30/09/2016, “As novas vidas da cracolândia: os pais que adotaram crianças abandonadas por mães viciadas em crack”, nós do Instituto Fazendo História, ONG que atua há mais de 10 anos contribuindo com o desenvolvimento de crianças e adolescentes com experiência de acolhimento, decidimos nos posicionar criticamente à reportagem.

A matéria da revista parece tentar desmistificar um preconceito a respeito da adoção de bebês nascidos de mães dependentes químicas. Relata casos felizes de crianças que cresceram saudáveis apesar dos riscos que uma gestação com essas características pode representar. Mas recai em outro preconceito, apresentando essas mães biológicas como mulheres cruéis que abandonam seus bebês sem que isso as afete em nada. Desconsidera o sofrimento e desamparo no qual se encontram essas mulheres, muitas delas também filhas de pais dependentes químicos e sem o apoio necessário para reconectar os fios de suas histórias e fazer outras escolhas.

Quem trabalha na área da saúde sabe a vulnerabilidade na qual pode se encontrar uma paciente no pós-parto. Muitas mulheres assistidas por suas famílias em hospitais particulares, deprimem, surtam ou rejeitam o bebê nos primeiros dias, mas são vistas com compaixão e recebem o tratamento adequado. Difícil mensurar o que vivem na maternidade essas moças da cracolândia. Mas a elas não é oferecido um olhar generoso, afinal “são sujas, viciadas e más”.

Nós acompanhamos muitas famílias nos serviços de acolhimento para onde vão esses bebês antes de serem adotados e podemos garantir que dizer: “Depois do parto voltam às ruas para consumir essas substâncias, como se nada tivesse acontecido” é, no mínimo, uma afirmação leviana.

Temos acompanhado casos como os relatados na reportagem. Mulheres que, após parir, saem desnorteadas da maternidade, não só para consumir drogas como afirma a revista, mas para buscar uma rede de apoio que as ajude com seus bebês. Ao encontrar respaldo na própria família, nos profissionais dos programas da prefeitura e em organizações como a nossa não somem, como diz a reportagem, mas comparecem às visitas e começam um bonito percurso de reorganização de suas vidas para cuidar de seus filhos. E muitas o fazem com responsabilidade e competência. Outras não conseguem, é verdade. E isso as marca profunda e dolorosamente. Uma outra gravidez pode acontecer não só por irresponsabilidade, mas como uma tentativa inconsciente de recuperar o filho perdido e, desta vez, conseguir cuidar.

Importante frisar que uma criança não precisa necessariamente de um quarto só para ela, com brinquedos coloridos. Precisa, sobretudo, que sua origem seja respeitada e honrada no discurso da família que a adota e da sociedade em que vive.  As famílias adotivas desses bebês não estão fazendo favor a ninguém. Estão realizando o sonho de ser pais e mães. Podem dar amor, estabilidade e a decoração do “pequeno príncipe” a essas crianças não por serem melhores ou mais generosos que suas mães biológicas. Mas, simplesmente, porque tiveram outra sorte.

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Reflexões sobre a rotina dos serviços de acolhimento: "agressividade e limites”

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Reflexões sobre a rotina dos serviços de acolhimento: "agressividade e limites”

O Instituto Fazendo História publica periodicamente situações cotidianas dos serviços de acolhimento, para estimular reflexões e a construção de estratégias a partir de critérios técnicos e não pessoais.

As situações apresentadas fazem parte do kit de Formação “Vamos Abrir a Roda” e abrangem diferentes temáticas: adolescência, bebês, agressividade e limites, histórias de vida, ritos de passagem, entre outras.

Para pensar! O tema das DUAS situações de hoje é: agressividade e limites

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SITUAÇÃO 1

Jonathan (13), Samantha (11) e Adriele (10) foram acolhidos porque a mãe deles não tem moradia fixa e estavam todos morando com ela na rua. Eles não tinham rotina e não vêm conseguindo se adaptar às regras da casa; Não respeitam os horários e quando são obrigados a fazer alguma tarefa xingam os educadores e dizem que com sua mãe não precisavam fazer nada, que preferiam estar com ela e que morar na casa “é muito chato”.

A mudança da cultura da rua para a vida em uma instituição deve ser bastante drástica para qualquer criança ou adolescente. Compreender essa dificuldade de adaptação seria um primeiro passo para qualquer adulto que esteja lidando com eles. Sem dúvida, é ainda necessário construir junto com os meninos e meninas uma maior compreensão de cada regra, dos benefícios que elas podem trazer para a convivência entre todos. Outro ponto importante seria ponderarmos quais regras podem ser alteradas sem grandes problemas para a casa que trariam um senso de respeito e de real acolhimento para quem chega. Por exemplo, se eles comem com as mãos, será que podemos combinar alguns alimentos que eles, com as mãos lavadas, podem ainda comer desta forma? Ou com a colher, ao invés de garfo, se for o desejo deles?

SITUAÇÃO 2

Ricardo (16) já pulou o muro para ir pra a rua diversas vezes e sempre volta. Com essa atitude, ele influencia os outros adolescentes a saírem também, desorganizando o funcionamento casa. Estamos pensando em o que fazer, a convivência com ele tem se tornado inviável.

Os embates entre adultos e adolescentes acontecem nas famílias, nas escolas e também nos serviços de acolhimento. Lidar com estes embates faz parte do cotidiano. Conversas individuais com a figura de melhor contato na casa e assembleias onde outros adolescentes podem falar dos desconfortos com as quebras de combinados podem ser interessantes. Consequências podem aparecer para cada fuga: ele pode voltar para casa, mas fica sem internet ou sem televisão ou precisa ajudar mais na limpeza. A consequência deve ocorrer, mas não a transferência de abrigo, que ao invés de uma atitude educativa, tem mais o caráter de um novo abandono, uma falta de investimento na possibilidade deste menino encontrar um lugar saudável no mundo. É importante também ouvir o desejo do adolescente de ganhar autonomia para sair da casa e de circular no território. Permitir que o adolescente saia, combinando onde ir e quando voltar, pode reduzir a necessidade dele de fugir.

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Apadrinhamento Afetivo inicia formação de mais 30 padrinhos e madrinhas

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Apadrinhamento Afetivo inicia formação de mais 30 padrinhos e madrinhas

O Instituto Fazendo História iniciou esse semestre a 2a edição do programa Apadrinhamento Afetivo. Até o final do ano, teremos novos padrinhos e madrinhas convivendo com mais de 30 crianças e adolescentes!

Os voluntários estão participando ativamente do processo de formação com a equipe do Instituto. São encontros realizados por meio de dinâmicas, conversas, filmes, histórias, experiências lúdicas e trocas. Além desses, temos 3 encontros de contato e interação com as crianças e adolescentes. Estão todos muito animados e empenhados.

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O padrinho ou madrinha, constrói e mantém um vínculo afetivo, saudável e duradouro com a criança ou adolescente, permeado pelo carinho e pelo cuidado que contribuem com seu desenvolvimento integral e construção de autonomia. 

“Estar nessa formação me fez aprender que o amor e o afeto constroem pontes e, sendo padrinho afetivo, eu pretendo me tornar uma pessoa melhor”, comentou Almiro Nunes, padrinho em processo de formação.

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Fazendo Minha História forma profissionais de Maringá, Paraná, para o trabalho com histórias de vida

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Fazendo Minha História forma profissionais de Maringá, Paraná, para o trabalho com histórias de vida

Um valor fundamental do Instituto Fazendo História é compartilhar conhecimento técnico para que, cada vez mais, serviços de acolhimento e toda a rede envolvida nessa área no Brasil estejam preparados tecnicamente para pensar melhores caminhos e cuidados com as crianças em adolescentes.

Desta vez, o Instituto levou até a cidade de Maringá, no Paraná, o programa Fazendo Minha História. Os profissionais da rede de acolhimento da cidade participarão de 3 seminários de formação onde serão instrumentalizados para que desenvolvam ações de mediação de leitura e construção de álbuns de histórias de vida.

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O 1o seminário, sobre mediação de leitura, aconteceu em setembro e foi muito bem avaliado por todos. A participação nesses encontros permite às equipes dos serviços de acolhimento formar e acompanhar os adultos que realizarão o trabalho com as crianças e adolescentes. Nos próximos meses outros encontros acontecerão e a rede de acolhimento de Maringá estará pronta para continuar desenvolvendo de forma autônoma essa a metodologia de trabalho com historias de vida.

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Reflexões sobre a rotina dos serviços de acolhimento:  "adolescência e moradia"

Reflexões sobre a rotina dos serviços de acolhimento: "adolescência e moradia"

A partir de hoje, o Instituto Fazendo História publicará periodicamente situações cotidianas dos serviços de acolhimento, para estimular reflexões e a construção de estratégias a partir de critérios técnicos e não pessoais. As situações apresentadas fazem parte do kit de Formação “Vamos Abrir a Roda” e abrangem diferentes temáticas: adolescência, bebês, agressividade e limites, histórias de vida, ritos de passagem, entre outras.

Para pensar! O tema de hoje é: adolescência.

Ricardo faz 18 anos daqui a dois meses. Estava tudo certo para ele viver em uma República Jovem após sua saída. De repente o adolescente diz que não vai para a República. Sua fala vem nos preocupando muito, pois pensamos no melhor encaminhamento possível para Ricardo. O que fazer? 

A questão que se coloca é se Ricardo foi incluído nas discussões e reflexões sobre seu projeto de moradia pós-acolhimento. Muitas vezes o que os adultos consideram como a melhor opção é diferente do que o jovem considera. Se não houver diálogo com o jovem a tendência ao fracasso do encaminhamento é muito grande.

Será que foi de fato uma escolha de Ricardo este projeto de moradia?

Ricardo teve acesso a outras possibilidades de moradia antes da definição de encaminhamento para a República? É sempre importante considerar que a República é uma alternativa entre outras tantas, como o aluguel de uma casa e o retorno familiar.

Ricardo foi visitar este local com antecedência? Conversou com os moradores de lá? Esclareceu dúvidas? A preparação anterior à saída do serviço é fundamental para aumentar a probabilidade do encaminhamento ser bem sucedido.

Em 15 anos, acidentes com crianças e adolescentes diminuem 31% no Brasil

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Em 15 anos, acidentes com crianças e adolescentes diminuem 31% no Brasil

De 2001 a 2014, o número de óbitos acidentais de meninos e meninas de até 14 anos diminuiu 31% no país, passando de 6.190 em 2001 para 4.316 em 2014. Os dados são da ONG Criança Segura divulgados na publicação "15 anos de atuação da Criança Segura no Brasil: Análise de indicadores de mortes e internações por acidentes na infância e adolescência desde 2001".

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Análise dos dados por tipo de acidentes:

Mortes devido a acidentes no trânsito (-34%) e afogamentos (-32%) apresentaram desempenho parecido com a média de redução de 31% os acidentes fatais. Já sufocação e intoxicação apresentaram aumento de 7% e 1% respectivamente ao invés de mostrar redução como as outras causas. Com avanço acima da média estão os óbitos por quedas, queimaduras e mortes por armas de fogo, com reduções bem significativas, de 39%, 41% e 54% respectivamente.

Para as internações, os casos por queimaduras aumentaram 37%, bem mais que a média de 8%. Por outro lado, as hospitalizações por afogamentos apresentaram redução de 47%.  Trânsito e a categoria outros tiveram aumento de 19% de internação no período observado e, por sua vez, quedas, sufocação e intoxicação apresentaram reduções respectivamente de 3%, 1% e 20%.

Análise dos dados por faixa etária:

No período de 2001 a 2014, para os menores de um ano, houve aumento de 2% nos óbitos por acidentes. Já a faixa de cinco a nove anos teve desempenho acima da média, com uma queda de 43% nas mortes por acidentes. As faixas etárias de um a quatro anos e 10 a 14 anos tiveram comportamento parecido com a média de 31% de redução em números absolutos.

Para internações, as faixas etárias de menor de um ano e de um a quatro anos apresentaram aumento bem superior a média de 8%, com respectivamente 22% e 23%. Já a faixa etária de cinco a nove anos apresentou quase nenhum aumento no intervalo de tempo analisado (1%), estando abaixo da média geral. A faixa etária de 10 a 14 anos se manteve próxima à média, com aumento de 7%.

Para ler a publicação na íntegra, clique aqui

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Instituto Fazendo História visita instituto fundado pela pediatra Emmi Pikler

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Instituto Fazendo História visita instituto fundado pela pediatra Emmi Pikler

O Instituto Fazendo História visitou recentemente o Instituto Loczy, em Budapeste, na Hungria. A entidade, criada pela médica Emmi Pikler, existe desde 1946 quando acolheu bebês que ficaram órfãos durante a 2ª guerra mundial. A metodologia desenvolvida pela médica para cuidar dos bebês recém-acolhidos foi baseada numa maneira sensível de oferecer o cuidado – principalmente para crianças de zero a três anos - partindo da observação e do reconhecimento de que, desde o nascimento, os bebês são sujeitos ativos.

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O método se tornou uma referência mundial quando o assunto é cuidado na primeira infância, inspirando inclusive os técnicos do Instituto Fazendo História.

O local deixou de ser um abrigo e, hoje, é uma creche que mantém seu trabalho baseado no legado deixado pela médica.

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Aplicação da metodologia

Para construir sua metodologia de intervenção junto aos bebês, Emmi Pikler baseou-se na observação deles e no reconhecimento de que, desde seu nascimento, são sujeitos ativos e não apenas passivos necessitando de cuidados. Os dois pilares fundamentais de sua abordagem são a construção de uma segurança afetiva e o movimento livre. 

Segundo os ensinamentos deixados pela pediatra, os educadores devem sempre falar com os bebês durante os cuidados diários, olhando nos olhos e percebendo suas reações. Quando o ritmo dos cuidados diários se repete, os bebês se sentem mais seguros e o ambiente se torna mais calmo e tranquilo. Pikler enfatizou a necessidade da paciência e da tranquildade. Nada de pressa! Deve ser sempre dado o tempo necessário para que o bebê aproveite a experiência de forma prazerosa, sentindo cada cuidado que recebe. 

O Instituto Fazendo História, em todos os programas que envolvem o acolhimento de bebês, utiliza-se dos princípios da médica húngara. Esses princípios, inclusive, foram utilizados na produção de duas das nossas publicações: “O acolhimento em bebês: práticas e reflexões compartilhadas” e “Entre o singular e o coletivo: o acolhimento de bebês em abrigos”. 

Se quiser saber mais sobre o acolhimento de bebês, faça o download das publicações do Instituto Fazendo História que abordam o tema, clicando aqui.

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Instituto Fazendo História participa de seminário na Áustria

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Instituto Fazendo História participa de seminário na Áustria

No mês de agosto, o Instituto Fazendo História participou do seminário "Together Towards a Better World for Children, Adolescents and Families" (Tradução livre: “Juntos Por um Mundo Melhor para Crianças, Adolescentes e Famílias”), realizado pela ONG FICE, em Viena na Áustria.

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O Congresso reuniu profissionais de mais de 60 países que trabalham com crianças e adolescentes que precisaram ser separados de suas famílias. A psicóloga Manuela Fagundes, técnica do Grupo nÓs (programa do Instituto que trabalha com adolescentes em processo de saída do serviço de acolhimento), foi a representante do Instituto, participando de palestras e workshops que traziam informações, reflexões e experiências de organizações do mundo todo.

Todos falavam em inclusão, inserção familiar e comunitária e desenvolvimento de autonomia como eixos fundamentais do trabalho. Manuela teve a oportunidade de apresentar o Grupo nÓs em uma mesa junto a outras 3 organizações do Brasil. Foram dias de muito aprendizado e inspiração. Novas ideias surgiram para nossos programas e já estamos trabalhando para colocá-las em prática!

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Instituto Fazendo História adere à campanha "Criança é Prioridade"

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Instituto Fazendo História adere à campanha "Criança é Prioridade"

O Instituto Fazendo História é uma das instituições signatárias da campanha "Criança é Prioridade", uma iniciativa da Rede Nacional Pela Primeira Infância (RNPI).

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A campanha recém-lançada tem o objetivo de mobilizar candidatos e candidatas às prefeituras de todas as cidades brasileiras a assumirem um compromisso público pelos direitos da criança. Por meio da participação social de entidades ligadas à área, a ideia é  realizar um verdadeiro mutirão para informar os candidatos sobre as atribuições da Prefeitura na garantia dos direitos das crianças na primeira infânciaa importância de promover e articular políticas intersetoriais e a necessidade de implantar um Plano Municipal pela Primeira Infância.

Se você é um serviço de acolhimento pertencente a uma organização social reúna os candidatos da sua cidade e entregue a eles a Carta- Compromisso. O ideal é fazê-la chegar a todos os candidatos e candidatas à prefeitura do seu município. Isto é importante porque ajuda a pautar as campanhas e os debates eleitorais, e evidencia quem assinou o compromisso e quem se recusou a assinar.

É importante e essencial para o desenvolvimento das crianças que exista uma política forte de proteção, para que direitos sejam respeitados e ações realizadas no intuito de proteger meninos e meninas, principal realizadas pelo próprio Poder Público.

Organizações e cidadãos podem participar dessa mobilização nacional (se inscrevendo através do site da RNPI – www.primeirainfancia.org.br) e receber o material, que inclui a carta e o termo de compromisso para entregar aos candidatos, um guia informativo da campanha, e imagens para promover os direitos das crianças que podem ser compartilhadas através das redes sociais.

 

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Livros ensinam técnicas para despertar o interesse da leitura nas crianças

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Livros ensinam técnicas para despertar o interesse da leitura nas crianças

Crianças que têm o hábito da leitura desde pequenas são beneficiadas de diversas maneiras: desenvolvimento da criatividade, da imaginação e da cultura. Ler é um hábito poderoso que nos faz conhecer diferentes mundos e ideias.

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Meninas e meninos acostumados com a leitura se tornam muito mais preparados para os estudos, para o trabalho e para a vida. Isso quer dizer que o contato com os livros pode mudar o futuro das crianças? Sim. Pode e muito! Mas como inserir nos pequenos o hábito de ler e, além disso, de gostar de ler!

O Instituto C&A publicou dois interessantíssimos livros sobre o tema, intitulados "Prazer em Ler". As publicações são direcionadas a educadores, voluntários e pais - e possíveis leitores avulsos - e aborda discussões mais teóricas a respeito do "despertar" da leitura nas crianças e das possibilidades de envolvimento nos prazeres da leitura.

As publicações do Prazer em Ler levantam discussões, dicas, encaminhamento de práticas e algumas noções básicas sobre mediação de leitura, além de abordar a relação entre o ler e o escrever.

Leia um dos poemas presentes na publicação:

Ler é... 
Desabotoar vontades
Mapear dúvidas
Instigar os olhos adiante do que se vê 
Perguntar respostas adormecidas
Responder perguntas escondidas
Desacomodar certezas
Empurrar limites do saber
Alterar horizontes da utopia pessoal
Soprar o pó dos sonhos
Cruzar fronteiras do conhecimento
Desvelar segredos da aventura humana
Alavancar novos entendimentos
Dar lucidez à pluralidade das emoções
Desviar das pedras no meio do caminho
Dar vozes ao silêncio
Inventar caras para os desejos
Vestir de palavras as idéias dormidas
Desejar-se uma pessoa feliz

Para fazer o download da 1ª publicação, clique aqui. E da 2ª clique aqui

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Os jovens e o projeto de moradia

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Os jovens e o projeto de moradia

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O Grupo nÓs, um dos programas do Instituto Fazendo História, existe para acompanhar e facilitar o processo de transição de jovens em acolhimento para vida adulta, autônoma e inserida na comunidade, colaborando para que eles possam enfrentar de maneira positiva os desafios da vida adulta.

Nestes últimos meses, o foco do trabalho tem sido o desenvolvimento do projeto de moradia. Ações, individuais e grupais, foram desenvolvidas para que os jovens tivessem clareza de suas possibilidades de moradia, dos serviços disponíveis e de quem são suas referências afetivas para auxiliar em seus projetos de moradia.  A realização de um projeto de moradia autônomo depende de uma série de conquistas e aquisições durante o acolhimento.

A seguir, listamos uma série de atividades realizadas pelo Grupo para favorecer o desenvolvimento do projeto de moradia dos jovens:

14 de maio: para introduzir o tema moradia, o Grupo nÓs esteve na Casa Fora do Eixo, uma residência de vivências socioculturais. Lá, os adolescentes tiveram a oportunidade de se aproximar das experiências de um coletivo que vive de forma comunitária para fins culturais. Eles participaram de uma roda de conversa sobre a história da casa, os critérios para quem quer ser um novo membro, além de conversas sobre separação de lixo, reciclagem e reaproveitamento de alimentos!
 
11 de junho: o Grupo nÓs foi para a “Vila do Chaves”, uma exposição que ocorreu no Memorial da América Latina. O cenário fazia referência às condições de moradia dos personagens da vila. Os jovens entraram na casa do Sr. Madruga, reconheceram os móveis e acessórios que já haviam visto na série e entraram no barril do Chaves.

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25 de junho: foi realizada uma atividade em grupo, expondo trechos de filmes e desenhos que mostram diversos jeitos de morar (casa na árvore, casa futurística, caverna, entre outros). Após os trechos apresentados, cada jovem foi convidado a desenhar seu “sonho de moradia”. A ideia era estimular a imaginação! Para fechar o grupo, Fernando, um jovem de 21 anos que viveu um grande período em serviço de acolhimento, foi convidado a contar suas experiências de moradia. Fernando já morou com amigo e atualmente mora sozinho. Ele deu diversas dicas bacanas de moradia aos jovens do Grupo nÓs!

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30 de julho: uma jovem, que naquela mesma semana havia visitado uma República Jovem, socializou com o grupo sua experiência e todos fizeram perguntas a partir de seu relato. Dessa forma, os jovens puderam conhecer um pouco sobre o funcionamento da República.  Em seguida, eles foram separados em subgrupos: um grupo dos que gostariam de morar sozinho, com familiares, com amigos e outro grupo dos que preferem a República Jovem. Cada grupo construiu um painel gráfico contando as vantagens e desvantagens desse tipo de moradia.
   
9 de Julho: Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura (convite para pensar o tema moradia de forma lúdica e interativa). Guiados por uma educadora os adolescentes aprenderam sobre a história desta casa literária, almoçaram juntos na varanda da casa e no final da visita participaram do “Sarau do Vinil”, recitando poemas.

Financiamento coletivo

O Grupo nÓs está em campanha para captar recursos e continuar no auxílio contínuo a jovens que estão em processo de saída dos serviços de acolhimento. Ajude você também e possibilite que mais jovens possam se desenvolver autonomamente e entrar na vida adulta com todo respaldo possível. Doe: https://goo.gl/AelAcf

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FMH dá palestras na Escola Paulista de Magistratura sobre trabalho com histórias de vida

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FMH dá palestras na Escola Paulista de Magistratura sobre trabalho com histórias de vida

A equipe do Fazendo Minha História realizou 3 palestras direcionadas a técnicos do judiciário e profissionais da rede de acolhimento do Estado de São Paulo. A formação teve como tema a metodologia do programa, que trabalha com o resgate e registro das histórias de vida das crianças e adolescentes em situação de acolhimento.

Assistiram à palestra, presencialmente ou via transmissão online, por volta de 600 técnicos de Varas da Infância e Juventude e de serviços de acolhimento. Além de apresentar os princípios, objetivos e metodologia do Fazendo Minha História, as palestras permitiram aos participantes pensar em maneiras de implementar ações de trabalho com histórias de vida de forma autônoma, em seus municípios.

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A coordenadora do programa, Débora Vigevani, enfatizou as ações que promovem o resgate das histórias de vida das crianças e adolescentes e a preservação de seus vínculos familiares e comunitários. “As crianças que chegam para viver em um serviço de acolhimento por um período precisam ser acolhidas e respeitadas em suas historias. Para isso, devem contar com uma escuta atenta e afetiva de suas angústias e dúvidas, para melhor elaborarem o que se passa com ela e sua família. As crianças têm voz e essa voz deve ser considerada”, pontuou.

Informações e foto: Escola Paulista de Magistratura

 

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Instituto Fazendo História celebra os 26 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

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Instituto Fazendo História celebra os 26 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

13 de julho é aniversário de 26 anos da promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e nós do Instituto Fazendo História celebramos com entusiasmo essa lei de fundamental importância às crianças e aos jovens deste país.

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O Instituto Fazendo História, que nasceu com o propósito de oferecer aos meninos e meninas que precisaram ser separados de suas famílias um momento de reparação afetiva, entende que cada criança e cada adolescente têm o direito de ser protagonista de sua própria história e, para isso, o ECA dá o respaldo necessário no trabalho diário de oferecer uma outra realidade a essas pessoas.

Apesar das deficiências que ainda existem na aplicação e na fiscalização das leis, entendemos que houve um avanço considerável nas políticas públicas que foram capazes de fazer das crianças e adolescentes sujeitos de direito, inclusive aqueles que se encontram sob medida de proteção, vivendo em serviços de acolhimento.

Hoje, portanto, mais do que aniversário do ECA, é dia de mobilizar todas as frentes de defesa dos direitos da criança e do adolescente para que possamos avançar ainda mais e não permitir retrocessos.

 

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Fazendo História vence prêmio “Todos por um Brasil de leitores”

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Fazendo História vence prêmio “Todos por um Brasil de leitores”

08/jul/16

Com enorme prazer compartilhamos que o Instituto Fazendo História foi um dos vencedores do prêmio “Todos por um Brasil de leitores”, promovido pelo Ministério da Cultura! Prêmios como este tem um imenso valor, pois permitem dar continuidade e multiplicar o trabalho com histórias de vida através da literatura infanto-juvenil.

Através deste prêmio, poderemos implementar e incrementar bibliotecas de 6 serviços de acolhimento, tornando esses espaços mais aconchegantes e convidativos, além de entregar novos livros que enriquecerão o acervo dessas organizações.

Também como resultado deste prêmio, nos próximos meses, realizaremos novos ciclos de formação de colaboradores voluntários que atuem como mediadores de leitura nos serviços de acolhimento beneficiários. Entre no nosso site, fique atento à data da próxima formação e se inscreva! Venha fazer parte dessa história! 

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Capacitação: "ampliando o olhar sobre as famílias das crianças e adolescentes"

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Capacitação: "ampliando o olhar sobre as famílias das crianças e adolescentes"

No segunda-feira (dia 27 de junho), aconteceu mais uma capacitação do Fazendo Minha História, que contou com 44 participantes. Dessa vez convidamos a especialista Cristina Rocha, psicanalista e supervisora de serviços de acolhimento, para trazer considerações e reflexões sobre o trabalho com famílias. Através dos livros e álbuns, colaboradores têm uma valiosa ferramenta nas mãos para se aproximar de forma acolhedora das famílias, valorizando e registrando nas páginas as versões que constroem sobre suas histórias. Mas que famílias são essas? Que desafios enfrentam? Como acolhê-las? Refletir sobre essas perguntas é fundamental para essa aproximação!

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Para começar, Cristina propôs o seguinte exercício: cada participante deveria escrever em uma folha de papel uma breve descrição sobre a família dos bebês, crianças e adolescentes acolhidos; depois disso as folhas foram recolhidas.

Na sequência todos fecharam os olhos, foram convidados a pensar nas próprias histórias familiares e a relembrar uma cena muito constrangedora que tenham vivido.  Como seria se essa cena fosse divulgada numa rede social? As respostas foram: vergonha; exposição; fraqueza; invasão; constrangimento... Segundo Cristina, quando trabalhamos com as histórias de bebês, crianças e adolescentes que estão nos serviços de acolhimento, lidamos com histórias que foram publicizadas, histórias que passaram a circular no serviço de acolhimento, na comunidade, no judiciário... São histórias que por algum motivo passaram do privado e íntimo para o público. Como será que as famílias se sentem? É possível que se sintam da mesma maneira que os colaboradores.

Qual é a versão da família sobre isso? Que espaços possui para falar a respeito? O olhar que damos às famílias determina a maneira de nos relacionarmos com ela. Por que, como colaboradores, podemos nos propor a escutar histórias difíceis de serem contadas? Segundo os participantes, fazemos isso para: conhecer; ouvir e acolher; reconhecer o indivíduo; reconhecer que tem uma história e se apropriar dela; ajudar a falar e elaborar a própria história; contextualizar; fortalecer o vínculo; aprender a escutar.

Se já fazemos isso tudo com as crianças que participam do projeto, por que não fazer também com as famílias?

Nessa etapa Cristina solicitou que os participantes continuassem a seguinte frase: Família é... As descrições foram: humana; amor; legal; união; acolhimento; base; junção; complexa; vínculo; abrigo; laço; porto seguro; afeto. Em seguida, escreveram: Família de acolhido é... Para a segunda frase as descrições foram: humana; frágil; dividida; desamparo; separação; complicada; dor; sofrida; perda; insegura; rompimento; desestruturada; confusão; afeto; uma família.

Cristina provocou: essas respostas servem para qualquer família? Por que as palavras são tão diferentes quando pensamos nas nossas famílias e nas famílias das crianças que conhecemos e acompanhamos nos abrigos? É possível que o nosso olhar se foque no momento do acolhimento para descrever e olhar as famílias das crianças e adolescentes. Essas palavras descrevem um momento dessas famílias. Mas será que dizem o que elas são de forma mais ampla e aprofundada? As conhecemos em um momento em que a crise é evidente. Mas há um contexto maior, muitas vezes de invisibilidade e precariedade social e nem sempre sabemos o que aconteceu de fato.

O colaborador pode oferecer uma escuta cuidadosa e empática, a fim de permitir que os afetos bons e ruins possam aparecer para serem registrados e elaborados. Na prática o colaborador pode ajudar a montar a árvore genealógica da criança; registrar e valorizar lembranças anteriores ao momento do acolhimento; marcar encontros no dia da visita das famílias para apresentar o álbum e fazer registros. Na impossibilidade desse tipo de encontro é possível fazer perguntas para as crianças e adolescentes buscarem respostas com suas famílias ou em suas memórias.

Muitas vezes o colaborador pode ser aquele que mexe num lago que estava muito calmo e possibilita rever os lugares de cada um dentro do abrigo, dar novas posições às famílias e às crianças. Como ser um olhar que soma? Respeitar as histórias, oferecer um olhar cuidadoso e generoso sem tomar um fato pela história inteira.

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Neste momento da capacitação, Cristina mostrou um trecho do filme “O começo da vida” que mostrava a relação de uma mãe com seu filho. Embora estivessem em um contexto social de risco, a mãe era muito amorosa e cuidadosa com seu bebê. Foi possível refletir que esta mesma situação pode ser descrita de muitas formas. Alguns podem se ater ao espaço físico precário; outros podem se sensibilizar com o a forma carinhosa da mãe se relacionar com seu bebê. Se olharmos atentamente e sem julgamento, nos daremos conta que há muitas versões possíveis para uma mesma história e que elas não se excluem necessariamente.

Para encerrar esse encontro cheio de questionamentos e reflexões, os participantes receberam de volta o que haviam escrito no início sobre as famílias dos acolhidos. E ao serem indagados se mudariam o que escreveram muitos puderam responder que... SIM! Olhares e formas de compreender as famílias puderam se ampliar ao longo da capacitação.

 

Sugestão de materiais

Texto: A “safada” que “abandonou” seu bebê. Eliane Brum (http://brasil.elpais.com/brasil/2015/10/12/opinion/1444657013_446672.html)

Vídeo aula sobre o Trabalho com Famílias (https://vimeo.com/158619093)

Filme: O começo da vida. (Direção: Estela Renner)

TED: O perigo de uma história única (https://www.youtube.com/watch?v=qDovHZVdyVQ)

 

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"Mar de Histórias":  ações de mediação de leitura e outras atividades

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"Mar de Histórias": ações de mediação de leitura e outras atividades

Voltamos a divulgar notícias sobre o projeto “Mar de Histórias”, em desenvolvimento com apoio do MINC e financiamento da Cosmoquímica e Exportadora de Café Guaxupé.

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Desde maio, os serviços de acolhimento participantes vêm se dedicando a pensar e colocar em prática ações regulares de mediação de leitura em sua rotina. Após o 1º seminário, a equipe do FMH visitou cada casa para ajudar a planejar e fortalecer as ações regulares com os livros. Nestas visitas, os técnicos do serviço de acolhimento puderam também esclarecer dúvidas sobre a implementação da metodologia, fortalecendo-se para realizar a gestão do trabalho no dia a dia da casa.

A partir disso, as bibliotecas de cada casa estão sendo montadas; crianças e adolescentes começam a se encantar e valorizar o universo literário; os educadores começam a adotar em sua rotina de trabalho a prática de ler e se relacionar afetivamente com as crianças através de uma boa leitura!   

Paralelamente, os voluntários formados e selecionados para participar do projeto deram início a encontros com os meninos e meninas acolhidos. Através desta relação e do contato prazeroso com os livros, crianças e adolescentes melhoram a compreensão do texto e do mundo, fortalecem seus gostos e preferências, descobrem perguntas e respostas para assuntos da vida, são estimulados a falar de si e de suas histórias, dando novos significados para o vivido no passado e no presente.   

Nos dias 28 e 29 de junho, foi realizado o 2º seminário com os profissionais dos serviços de acolhimento. Seu objetivo foi compartilhar as boas práticas iniciadas em cada abrigo e fortalecer o papel de mediador de leitura entre os participantes, através de novas atividades e reflexões. Neste seminário, retomou-se também o planejamento do “Mar de Histórias”, evento que oferecerá aos frequentadores de algum espaço público próximo ao serviço de acolhimento um contato diferente e descontraído com os livros, através de brincadeiras e mediação de leitura. Trata-se de uma forma de envolver a comunidade, difundir o poder do livro e contribuir com o desenvolvimento do prazer pela leitura. Através de trocas de ideias e de estratégias, cada serviço de acolhimento pôde se inspirar para desenvolver o evento de forma mais envolvente e interessante.

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Instituto Fazendo História inicia projeto de família acolhedora na cidade de SP

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Instituto Fazendo História inicia projeto de família acolhedora na cidade de SP

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O Instituto Fazendo História iniciou uma nova modalidade de acolhimento, pioneira na cidade de São Paulo, o “Famílias Acolhedoras”. Nesse serviço, crianças de até dois anos de idade que precisam de acolhimento provisório, são acolhidos por famílias selecionadas, formadas e supervisionadas para exercer esse papel temporariamente.

Atualmente, duas famílias fazem parte do programa e estão acolhendo crianças em suas casas. Outras cinco famílias já estão prontas para iniciar o acolhimento. Nos meses de julho e agosto, serão realizadas novas reuniões de apresentação e o início de um novo processo de formação para as famílias selecionadas.

“Garantir a permanência dos bebês em um ambiente familiar tem se mostrado uma estratégia mais eficaz para o bem cuidar do que as instituições. Hoje, existe uma Campanha Mundial pela não institucionalização dos bebês da qual o Instituto Fazendo História participa ativa, política e também praticamente, ao propor este projeto na cidade de São Paulo”, diz Isabel Penteado, coordenadora geral do Instituto.

As experiências vividas por uma criança nos seus primeiros anos de vida deixam marcas e influenciam de forma significativa o seu desenvolvimento. Pesquisas apontam que para cada ano vivido em uma instituição, uma criança perde cerca de 4 meses de desenvolvimento. Por isso, o Instituto desenvolve seu serviço de acolhimento familiar focado na primeiríssima infância e tentar fazer com que essa modalidade torne-se um modelo prioritário de acolhimento no Brasil.

“O envolvimento no projeto vai muito além dos cuidados diários com o bebê. Sua história está sendo cuidada de forma criteriosa, cheia de respeito e atenção. Participar deste processo e fazer parte de sua história de vida torna nosso ato ainda mais gratificante”, conclui Márcia, uma das famílias acolhedoras acompanhadas pelo Instituto.

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Claudia Vidigal, presidente do Instituto Fazendo História, é finalista do Prêmio Visionaris 2016

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Claudia Vidigal, presidente do Instituto Fazendo História, é finalista do Prêmio Visionaris 2016

Claudia Vidigal, presidente do Instituto Fazendo História, é finalista do Prêmio Visionaris 2016, promovido pela Ashoka e Banco UBS.

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O prêmio tem como objetivo reconhecer empreendedores sociais de destaque. Para o UBS, um empreendedor social é uma pessoa que possui visão, criatividade e determinação de um empreendedor comum, mas usa essas qualidades para projetar soluções que acabem ou minimizem problemas sociais complexos.

O tema do Visionaris deste ano é “Diversificando a captação, inovando na geração de receita". Na opinião do UBS, apenas as organizações sociais que projetam sistemas de financiamento criativo e diversificado podem assegurar um modelo sustentável de intervenção, como é o caso do Instituto Fazendo Instituto, um dos 4 finalistas.

Recebemos e compartilhamos a notícia com imensa alegria.

O Fazendo História entende que mobilizar recursos extrapola a questão financeira e considera seu recurso mais precioso os cerca de 700 voluntários que atuam diretamente com as crianças e adolescentes semanalmente.

Quanto valem essas relações de cuidado para quem está afastado de sua família?

Obrigada Ashoka, UBS, parceiros e voluntários, por reconhecer o valor se nosso trabalho.

 

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