No dia 27 de novembro de 2024, o Instituto Pólis sediou a 12ª Oficina IFH | Perspectivas de Saída do Acolhimento aos 18 Anos, promovida pelo Instituto Fazendo História por meio do projeto FUMCAD-Formação Profissional. O evento contou com a participação de duas convidadas de destaque: Patrícia Rodrigues, advogada em Direitos Humanos, egressa do serviço de acolhimento e Conselheira Deliberativa do Instituto Fazendo História, e Mahyra Costivelli, psicóloga especializada em psicanálise da criança, com extensa experiência na coordenação de projetos voltados para adolescentes em transição para a vida autônoma.

Durante a oficina, Patrícia compartilhou sua história de vida, abordando os desafios enfrentados após deixar o acolhimento institucional. Expulsa de casa aos 15 anos, ela ingressou no serviço de acolhimento e, posteriormente, precisou enfrentar dificuldades relacionadas à moradia, emprego e acesso à educação. Sua trajetória, marcada por residências temporárias e trabalhos informais, evidenciou a necessidade de suporte contínuo a jovens que deixam o acolhimento. Foi através do Instituto Fazendo História que encontrou apoio para ingressar no ensino superior e se tornar advogada.

Mahyra Costivelli complementou a discussão destacando a importância da escuta ativa por parte dos profissionais do acolhimento. Segundo ela, compreender as demandas dos adolescentes e oferecer um suporte adequado é essencial para uma transição mais segura para a vida adulta. Mahyra reforçou ainda a necessidade de preparar os jovens para enfrentar desigualdades estruturais, como racismo e preconceito, que podem dificultar seu acesso a oportunidades e direitos.

A oficina além de oferecer estratégias para a criação de um projeto para maioridade dos acolhidos também trouxe reflexões sobre o papel das políticas públicas na promoção da autonomia dos jovens egressos do acolhimento, ressaltando que a responsabilidade pelo futuro desses adolescentes não deve recair exclusivamente sobre eles. A partir das discussões, ficou evidente que o apoio emocional, o acesso à educação e a inserção no mercado de trabalho são pilares fundamentais para garantir um futuro digno e independente.

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