Para quem está em um serviço de acolhimento, a espera de voltar ao convívio da família ou de encontrar uma nova, as chances não são todas iguais. Há um grupo de crianças e adolescentes que têm menos probabilidades de encontrar pais adotivos e já não têm chances de voltar para a família de origem. Especialmente para esses, a figura de um padrinho ou madrinha – alguém que possa acompanhá-los de perto no processo de amadurecimento – pode fazer toda a diferença.

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O apadrinhamento afetivo é uma estratégia para que esses jovens possam estabelecer um vínculo afetivo duradouro com algum adulto. Previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, ele não envolve a guarda nem a tutela legal.

O objetivo é criar a possibilidade de ampliar a rede de proteção desses meninos e meninas, proporcionando alguém disposto a ouvir, acolher e dar atenção individualizada, participando ativamente da história deles. Os adultos são figuras essenciais na construção da identidade, pois é nas relações que descobrimos quem somos, conseguimos elaborar o passado e projetar o futuro. Essa relação também pode ser reparadora, na medida em que é capaz de servir de modelo para outras que venham a ser construídas.

Como cada relacionamento é único, não há uma receita sobre como ser um padrinho. Mas para ajudar nessa tarefa, o Instituto Fazendo História lançou um GUIA voltado a quem quer mergulhar nessa missão.

Além de trazer um conteúdo rico e detalhado sobre o que é o apadrinhamento, traz exemplos de situações e dilemas que podem surgir, além de dicas de atividades e como estabelecer um bom vínculo.

Antes de entrar definitivamente no programa, os interessados devem passar por uma formação. Afinal, trata-se de uma tarefa que exige muito comprometimento para não expor esses jovens a novas perdas. Quem participa garante que os ganhos não são apenas para os afilhados: ao ocupar um lugar fundamental na vida de outra pessoa, os padrinhos aprendem mais sobre si mesmos, acabam desenvolvendo novas aptidões e se abrem a uma realidade completamente nova, o que sempre é enriquecedor.

*colaborou Gabriela Cupani.