A palavra é "simples". O Carlos é uma criança simples: enquanto eu penso em passeios, para ele andar pelas ruas observando os prédios e árvores já é um barato. Enquanto eu adio a vinda dele em casa, temendo ser um tédio e fracasso total, cozinhar e ver filme juntos já bastava. Até ver a pipoca estourar no micro ondas vira um acontecimento. E há um comentário, uma observação, uma aprendizagem mútua em cada detalhe, em cada evento.
E a cada encontro aprendemos algo sobre o outro. Posso dizer que nossa relação está numa crescente: de interesse pelo outro, de entendimento e intimidade. Ele já se sente à vontade pra dizer do que não gosta, e eu nego emprestar meu celular pra jogos sem cerimônia. Nesse um ano de amadrinhamento, cresci como ser humano. Meu olhar para crianças acolhidas mudou. Para o que precisa ser feito também. E espero que a vida do Carlos também esteja mudando para melhor com a nossa relação. Sou profundamente grata por participar desse projeto lindo, pelas pessoas incríveis que conheci e o afilhado encantador que ganhei.
Mirella Loreto, madrinha afetiva desde Novembro/2015